quinta-feira, 30 de maio de 2013

APÓS UM SUSTO, O ALÍVIO -COISAS DO PONTO DE PROSA



                        
                    

                 Muitos ditos populares como: após a tempestade, vem à bonança, não há vitórias, sem lutas e até um versículo bíblico, poderia ser comparado à história que narrarei para os senhores “O CHORO PODE DURAR UMA NOITE, MAS A ALEGRIA VEM AO AMANHECER”. 
           
            Preocupado com um problema de saúde (taquicardia), que há mais de oito anos vem me atormentando, procurei um médico cardiologista e disse para ele o que sentia. Ele me ouviu com toda atenção, aferiu a minha pressão, que estava 12 x 8, falou baixinho:-  ótima. Ouviu as batidas do coração e disse: - também está ótimo. Voltou para o seu lugar e começou a subscrever pedidos de exames: Hemograma completo, fezes, de três dias, urina, ácido úrico, eletrocardiograma, eco ecocardiograma e teste de esforço. Perguntei se não tinha mais nenhum e ele me respondeu: falta mais um. Vou passar para o senhor um RX, para saber como está o tamanho do seu coração. Confesso que pela quantidade de exames, saí dali muito preocupado, mas confiante. No mesmo dia, consegui marcar alguns deles e os que faltaram consegui depois de uns dias.

       
            Com os resultados dos exames à mão, marquei novamente a consulta e fui mostrá-los ao mesmo cardiologista. Enquanto  esperava a minha vez, confesso que estava um tanto nervoso, pois não entendia o que estava escrito. Chegou a minha vez, adentrei a sala, com as mãos um pouco trêmulas, sentei e fiquei observando o Dr. Preencher o meu prontuário.  Levantou a cabeça, e me perguntou como eu estava? Respondi: - tudo bem. Trouxe os exames? Sim.  Entreguei a ele e enquanto ele olhava os exames, a angústia tomava conta de mim. E a minha angústia ia aumentando, quando ele olhava os exames e levantava o olhar para mim e calado voltava para os exames. Aí, eu não tremia só as mãos e sim o corpo todo. O médico levantou da sua cadeira e repetiu os mesmos atos da consulta passada. E estava tudo ótimo antes. Voltou para a cadeira e começou a me fazer perguntas.


 - Senhor Jorge :  há quanto tempo o senhor sofre com essa disritmia? Pensei, pensei e respondi: - há oito anos.

- E como o senhor descobriu? Olha doutor, era só eu chegar perto da Rita que o meu coração acelerava tanto que dava para ver a camisa mexendo na altura do mesmo.

- E quem é a Rita? Respondi: É a filha da dona Rita. Uma morena alta, educada, bonita, sorriso aberto, muito alegre, honesta e responsável. (Mas se pisar no calo, vira uma fera).

- Conta-me a sua história, pois estou sentindo que o problema do senhor é mais sério do que eu estou pensando. Eu quase caí da cadeira, quando ele me mandou contar a minha história.

- Olha doutor, conheci a Rita há uns oito anos, quando ela começou a cobrar as ações na Associação de Moradores da Praia de Santa Clara. Confesso ao senhor que no princípio eu a achava um saco, enjoada e muito exigente. Mas com o passar do tempo fui entendendo e ela passou a participar das atividades da Associação. Até aí, o coração ainda não batia forte, mas com o passar do tempo, este mal, tomou conta de mim. E de cinco anos para cá, ficou pior. Eu me casei com ela e a disritmia continua pior do que nunca. É em casa, no carro, na pescaria, nos passeios, na igreja enfim, em todo lugar. Uma loucura 

 - É amigo, o seu caso não é para mim e sim para um psicólogo. E para o senhor é fácil. Eu sei que o senhor é amigo de um grande psicólogo. Perguntei: Quem? Respondeu: Pr. Ademir Ramos. O senhor não é membro da Primeira Igreja Batista? Respondi: Sim.

-Como doutor? Disritmia, não é um problema cardíaco? Respondeu:
Em alguns casos sim, mas o senhor não tem problemas cardíacos. Perguntei:

- O que é que eu tenho então, doutor? E dando gargalhadas me respondeu, fazendo um suspense danado:

- Como toda doença a do senhor não é diferente, o paciente tem que ajudar no tratamento, cooperando com o médico.

- Sim doutor. Mas o que é que eu tenho?

- O  que o senhor tem é APAIXONITE AGUDA INCURÁVEL.

Agradeci a ele, peguei os exames, assumi a minha condição de apaixonado, vou continuar vivendo apaixonado pela Rita e não vou me preocupar mais com disritmia. Garanto a todos que não morrerei de enfermidade cardíaca, pois ela e só ela é o meu TRANQUILIZANTE.
Jorge Lúcio Ferreira (Jorge Ponto de Prosa)















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