DIVERSAS MANEIRAS DE SE COMPRAR VOTOS

                                      

 

               

                 Confesso aos  amados, que acessam o nosso humilde blog, que desde os sete anos de idade, vivo no meio político e também no meio de políticos. O meu pai, Renato Ferreira Gomes, irmão de Benedito Ferreira Gomes, sobrinhos de Manoel Ferreira (Juquinha), uma família de políticos ferrenhos. Este meu tio, Benedito Ferreira Gomes, não estudou, mas empunhava uma caneta e um tinteiro, escrevia para  Presidentes da República, deputados, senadores e a resposta vinha de imediato. Na época de campanha eleitoral, os retratos dos candidatos, eram colados nos postes, paredes, árvores e até nos comércios. A cola era feita de farinha de trigo. É claro que naquela época, (1954), já existiam os cabos eleitorais. Pessoas que se destacavam nas comunidades, mas sem uma visão financeira dos de hoje em dia. Naquela época já se comprava votos. E como era: os cabos eleitorais transformavam os quintais das suas casas, em CURRAIS ELEITORAIS. Improvisavam um barracão, matavam porcos, galinhas-da-terra  e os mais abastardo, até bois e cabritos. No dia da eleição, logo cedo, a mesa do café já estava posta, com muita fartura, pão, manteiga, aipim cozido, broa de milho, bolo Amélia, uns serviam até chocolate ou café com leite/canela. Os eleitores daquela época, a maioria era analfabeto. Após os eleitores se alimentarem os cabos eleitorais davam as cédulas dos seus candidatos muitas vezes já prontas para serem colocadas nas urnas. Também já existiam os eleitores espertos, comiam em todas as casas e votavam em outros candidatos (o que pode acontecer hoje, levarem dinheiro de uns e votarem em outros). Isto eu me lembro, continuou por um bom tempo, assim. Mais tarde virou moda se votar em troca de um emprego.  Aqui, em São Francisco de Itabapoana de uns tempos para cá, começou a onda do VALE PARA TUDO, vale para comprar material de  construção,  vale para pagar receita, vale para a sesta-básica, vale para combustível e mais uma novidade vale para pagar a despesa nos bares e botequins. Tem outra, ao visitar as comunidades, nos dias de festas, de comícios ou reuniões, alguns eleitores, arrastavam o seu candidato até aos botecos para pagar bebidas para eles. Hoje, a compra de votos foi modificada. Alguns candidatos, principalmente a vereador e com maiores condições financeiras, estão usando e abusando da prática da compra de votos. (Peço ao TER, que atente para isto). Como agem: os próprios candidatos ou os seus cabos eleitorais, vão às residências e oferecem dinheiro para ali colocarem uma placa. Tem vários preços, se o terreno for mais retirado é um preço,  em uma esquina, o preço é outro, se for em uma esquina e na Rodovia, fica mais caro. Porém, se a residência estiver em um terreno de esquina e for à frente de uma escola, onde funcionará uma SEÇÃO ELEITORAL, aí se paga quanto o dono pedir. Os proprietários até dizem que não, que deixou por amizade ou em troca de algum emprego provisório. (aqui em Santa Clara, em frente à Escola Moranguinho, quase não se enxerga  a casa) e assim será em outras escolas. Outro abuso, ADESIVOS, estes fazem até vergonha, dependendo do carro e do dono, estão pagando um preço alto. Se for um fusquinha é um preço, Brasília, é outro, mas se for um carrão e o dono for abastardo, estão falando em R$ 1.000,00. Soube de candidatos com mais de 100 carros adesivados, ganhando R$ 1.200,00, mais combustível para participar das carreatas. Outra prática, carros de som, dependendo do som e do carro ele é alugado por mais ou menos R$ 1.200,00, mensais. Claro que tem alguns candidatos que desfrutam de bons relacionamentos e até ganham alguns materiais. Também se esta oferta é de graça ninguém sabe, pode ser um acordo para o futuro. Tem candidatos mandato, R$ 144.000,00 (CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL REAIS). Deixo uma pergunta no ar. QUEM PAGARÁ A gastando alem do que ganharão em 4 anos de DIFERENÇA?