Carlos Grevi/Vagner Basílio-estagiário
Astrônomo explica a incidência de fenômenos e a diferença entre os corpos celestes
Após um meteorito deixar 400 pessoas feridas na Rússia na última sexta-feira (15/02), na manhã desta quarta-feira (20/02), a passagem de outro meteoro cruzando o céu do município de Campos, causou grande surpresa e chegou a assustar muitas pessoas que disseram ter visto o fenômeno. Divulgada em primeira mão pelo Site Ururau nesta quinta-feira (21/02), a gravação de um áudio do aeroporto de Vitória com
um piloto de uma aeronave, sugere a passagem de até dois. O fenômeno
pôde ser visto de Realengo, no Rio de Janeiro a Vitória no Espírito
Santo.
O
acontecimento causou espanto, medo, além de muita euforia e curiosidade
das pessoas que estão mais do que nunca atentas e ligadas a qualquer
fato novo vindo do céu.
Segundo o Coordenador do Clube de Astronomia Louis
Cruls, o astrônomo Marcelo de Oliveira Souza, vários fenômenos foram
registrados em diferentes países nos últimos dias. Além dos citados
acima, na última sexta-feira (15/02) houve registros na Califórnia e
Cuba. No dia seguinte, sábado (16/02) foi a vez da Espanha e não parou
por aí. No último domingo (17/02) tiveram registros na Flórida e na
noite desta quarta-feira (20/02), em Caracas.
Apesar da grande incidência de relatos e registros
envolvendo meteoros e meteoritos, Marcelo explicou que não há nenhuma
explicação concreta até o momento para os últimos acontecimentos.
“A
entrada de meteoros é comum tanto que são popularmente chamados de
estrelas cadentes, só que estes estão sendo bem maiores e muito
brilhantes, observados durante o dia, fato geralmente que não é tão
comum, por isso estão se destacando”, disse.
Ainda de acordo com o astrônomo, vários fatores
podem ser considerados. “O primeiro que pode ser também uma questão
psicológica o que estaria influenciando a aparecer tantos relatos,
porque as pessoas agora estão mais atentas a partir do que aconteceu na
Rússia. Então isso pode estar chamando mais a atenção e as pessoas
estarem relatando com mais frequência o que estão vendo no céu. O outro
fator é a comprovação real com a passagem de objetos muito brilhantes
que a princípio não têm risco nenhum, porque são objetos pequenos,
apesar de estar chamando a atenção, nenhum deles chega aos pés do que
aconteceu na Rússia até agora”.
Marcelo frisou que todas essas últimas ocorrências,
possuem um lado muito positivo pede que as pessoas fiquem atentas e
reportem seus relatos, pois eles são de extrema importância para a
realização de previsões e registros desses fenômenos.
“Isso
está sendo até bom para a gente, porque é uma maneira de divulgar a
astronomia. Não há risco do impacto de um grande objeto na Terra. Tudo
isso que está acontecendo agora é muito semelhante a queda de um
meteorito que caiu em Varre-Sai no ano de 2010, quando uma ‘bola de
fogo’ foi avistada de vários lugares”, relatou ele explicando que o
estudo vai se voltar para o possível local que possa ter caído o
meteorito.
As pessoas que tiveram a curiosidade e a vontade de
visitar o Observatório e fazerem parte do Clube de Astronomia
localizado no Instituto Federal Fluminense (IFF), as visitas estão
abertas durante toda a semana, a partir das 19h.
ASTERÓIDE, METEORO OU METEORITO?O astrônomo explica a diferença entre a definição de asteroide, meteoro e meteorito.
“Um asteroide é a rocha quando está vagando pelo
espaço. Quando é pequeno a gente chama de meteoroide. Quando eles
penetram na atmosfera, ela tenta frear esse movimento e então, ele vai
aquecendo pelo atrito. Esse aquecimento faz com que o objeto seja
destruído, o que produz aquela luz que as pessoas observam, que na
realidade se chama meteoro. Se o objeto for muito pequeno, ele é
praticamente todo destruído. Mas se ele for um pouquinho maior, como é o
caso desse que passou recentemente, ele não é totalmente destruído e
chega um momento que vários pedaços chegam ao solo, que são os
meteoritos”, definiu Marcelo.
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