Já
virou rotina. Nas madrugadas de quarta para quinta-feira é normal
encontrar pacientes dormindo na fila em busca de fichas para atendimento
na Santa Casa de Misericórdia de Campos. Esta semana não foi diferente.
Porém, para aumentar o drama, a noite estava fria e chuvosa. “Acho que
a gente merecia um pouco mais de respeito. Mas não quero ser
fotografada para não complicar ainda mais a minha situação”, disse uma
senhora, afirmando que seus colegas na fila eram “como uma família”.
“Aqui estamos sofrendo, nos protegendo e aprendendo juntos”, afirmou.
Será que não é possível organizar um sistema de marcação de consultas 24 horas?
HGG já mostrou que é possível — Em 2011 o Hospital Geral de Guarus (HGG) chegou a contar com marcação de consultas 24 horas, evitando as filas na madrugada.
Como este blog já mostrou por diversas vezes aqui e aqui,
é comum encontrar pacientes sofrendo nas filas em busca de atendimento
médico. Na madrugada de hoje (30), um dia após o a Saúde virar caso de
polícia (aqui), pacientes passaram mais uma madrugada na fila do Álvaro Alvim.
Segundo a empregada doméstica Maria
Cristina Henriques, que passou boa parte desta madrugada na fila, a
sensação é de revolta. “Somos obrigados a ver as pessoas sendo obrigadas
a se submeterem a esta humilhação, mesmo estando com crianças, idosos. E
isso acontece praticamente todos os dias. Por mais revoltados que a
gente esteja, não temos como fazer nada”, afirmou.
Prefeitura — Em nota
encaminhada ao blog a Prefeitura de Campos explicou que o acolhimento
dos pacientes é de responsabilidade dos hospitais contratualizados e
isso inclui oferecer assentos, bebedouros, organizar filas, entre
outros. Os hospitais devem se adequar ao contrato e a Prefeitura
acompanha e cobra a realização dos serviços firmados. De janeiro a
agosto deste ano, as unidades contratualizadas receberam, juntas, R$
102.065.272,99 referentes a serviços prestados por meio da Gestão Plena
da Saúde. De acordo com o vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor
Chicão, desse total, R$ 72.492.891,79 são provenientes de recursos
federais e R$ 29.572.381,20 são recursos municipais, oriundos dos
royalties do petróleo. Este ano, o Hospital Escola Álvaro Alvim recebeu
mais de R$ 17 milhões.
Fonte: Terceira Via
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