Diante
do cenário das eleições 2014 se aproximando os líderes das igrejas
evangélicas do Brasil já estão se posicionando com relação aos
candidatos que vão apoiar. Segundo professor de ciências politicas em
estados, com disputas acirradas o voto evangélico pode fazer a
diferença. - Confira e comente…
Diante de 42,2 milhões de evangélicos espalhados pelo país – um crescimento de mais de 60% entre 2000 e 2010, segundo o IBGE -,
a busca pelos votos dos fiéis já começou. Silas Malafaia, R.R Soares,
Valdomiro Santiago, Edir Macedo e Manoel Ferreira, algumas das
principais lideranças religiosas do segmento, articulam estratégias para
aumentar a bancada no Congresso. Eles também são cortejados por
pré-candidatos majoritários, em especial no Rio, e rejeitam a reeleição
da presidente Dilma Rousseff.
A Igreja Vitória em Cristo tem 120
templos e 40 mil membros. O líder é Silas Malafaia, que também é
presidente do Conselho dos Pastores do Brasil, com cerca de 10 mil
pastores. Comanda ainda cultos transmitidos pela televisão. Ferrenho
opositor às causas dos homossexuais e contrário ao aborto, ele apoiará
este ano pelo menos 500 pré-candidatos a deputados federal e estadual.
Em 2010, ele ajudou a eleger o irmão Samuel Malafaia (PSD-RJ).
- No Congresso, temos 800 projetos de lei
tramitando que detonam os princípios e os valores cristãos. É o
Congresso que faz as leis – afirma Silas Malafaia em entrevista ao
GLOBO.
Silas
Malafaia subirá no palanque do PSB, do governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, e da ex-senadora (e evangélica) Marina Silva, nas
eleições para a presidência. Segundo o religioso a opção é para haver
“alternância de poder”.
O discurso de Malafaia, no entanto, tem
justificativa. Em agosto do ano passado, Dilma sancionou uma lei que
garante atendimento a vítimas de estupros. Um dos incisos obriga
hospitais a fazerem profilaxia da gravidez a mulheres que foram
abusadas. As entidades religiosas entenderam que o termo abre brecha ao
aborto.
No Rio, Silas Malafaia pedirá votos para o
senador Lindbergh Farias (PT), pré-candidato ao governo. O petista tem
frequentado os cultos da Igreja Vitória em Cristo. O pastor se recusou a
apoiar o vice-governador Luiz Fernando Pezão, apoiado pelo governador
Sérgio Cabral, ambos do PMDB. A decisão foi comunicada num almoço com o
próprio Pezão e o prefeito Eduardo Paes, também do PMDB. Em novembro, a
Procuradoria Regional Eleitoral do Rio propôs ação contra Lindbergh e
Silas Malafaia por propaganda eleitoral antecipada num culto no último
dia 13.
- Falei ao Pezão com honestidade. Não
tenho nada contra ele. Nunca falarei mal dele na campanha. Mas eu disse:
“Pezão, lamento dizer. Você representa o governador Sérgio Cabral. E o
Cabral não cumpriu nenhum acordo. Ao contrário: fez de tudo para
beneficiar a causa gay no legislativo. Agora, se ele quiser votos, que
procure os gays”.
Com
12 milhões de fiéis, a Assembleia de Deus, do pastor Manoel Ferreira,
caminhará com Pezão. Em setembro do ano passado, o vice-governador
discursou durante a Convenção Estadual das Assembleias de Deus do
Ministério Madureira no estado do Rio (Conemad-RJ), em Volta Redonda, no
Sul Fluminense. A igreja deverá lançar o pastor Everaldo Pereira,
vice-presidente nacional do PSC, como candidato à Presidência.
A Assembleia de Deus tem como membro o deputado federal Marco Feliciano, eleito com 211.855 votos, em
2010, pelo PSC. Pré-candidato à reeleição, Feliciano assumiu, sob
protestos, a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Provocou polêmica no Congresso com suas posições e, nas redes sociais,
ganhou destaque com a frase: “Feliciano não me representa”. Agora, ele
tenta emplacar na comissão o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
- Tenho o sonho de ver o governo da Dilma
desaparecer. Fomos traídos. Na última eleição, fizemos campanha para
ela porque o José Serra (PSDB) se declarou a favor do aborto. Só que a
Dilma sancionou a lei sobre estupro – ressaltou Feliciano ao GLOBO.
Romildo
Ribeiro Soares, o R.R Soares, é o dono da Igreja Internacional da Graça
de Deus. A igreja possui três mil templos pelo país, além de programas
na TV e no rádio. O objetivo é eleger a família. E, para isso, terá o PR
do deputado federal Anthony Garotinho. Filho do missionário, Marcos
Soares é deputado estadual no Rio e pré-candidato a deputado federal. O
irmão de Marcos, Filipe Soares, pode tentar uma vaga na Assembleia
Legislativa (Alerj). Em troca, R.R Soares abraçará a campanha de
Garotinho ao governo.
No último dia 10, Tribunal Regional
Eleitoral do Rio (TRE-RJ) determinou que Garotinho cancelasse a
distribuição de brindes aos ouvintes do seu programa de rádio. O
deputado deve ainda suspender o serviço de cadastro de fiéis para o
recebimento brindes. O tribunal estipulou multa de R$ 5 mil ao
descumprimento.
R.R Soares não deverá apoiar à reeleição
da presidente Dilma, segundo Marcos Soares. Além do Rio, a igreja de R.R
Soares investirá em candidatos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Universal quer eleger 16 deputados
Com seis mil igrejas espalhadas pelo Brasil e proprietária de um conglomerado de comunicação, incluindo TV, rádio e internet, a Igreja
Universal do Reino de Deus (Iurd), do bispo Edir Macedo, sonha em
dobrar a bancada do PRB na Câmara. Em 2010, foram eleitos oito deputados
pelo partido, cinco deles membros da Iurd, que possui cerca de 1,8
milhão de fiéis no país. Hoje, são 10 deputados porque dois de filiaram à
legenda recentemente. Em outubro, a ideia é eleger 16 deputados
federais.
- No congresso, queremos dobrar o número
de parlamentares. Mas a igreja não influencia – afirma o presidente
nacional doPRB, Marcos Pereira, ex-vice-presidente da TV Record e bispo
licenciado da Universal.
No Senado, a Universal de Macedo quer
reeleger Eduardo Lopes, que assumiu o cargo após Marcelo Crivella ter
sido nomeado ministro da Pesca de Dilma. Para a disputa pelo governo do
Rio, Macedo abraçará a pré-candidatura de Crivella.
- Crivella é pré-candidato. Além disso, nosso grupo vai lançar chapa completa para deputado estadual. Queremos eleger de três a quatro – diz a deputada estadual Rosângela Gomes, do PRB.
No entanto, uma briga interna estremeceu a
Universal no ano passado. Eleito em 2010 com 528 mil votos, o deputado
estadual pelo Rio, Wagner Montes, se recusou a ir para o PRB. Preferiu
continuar no PSD, partido que apoiará Pezão no estado. Após a negativa,
Macedo trocou o horário do programa de Montes na Rede Record: de
meio-dia para 6h30m.
- Foi apenas uma estratégia de
programação para a aumentar a audiência da emissora no horário da manhã –
desconversa Wagner Montes.
Fundador
da Igreja Mundial do Poder de Deus, com 5.200 templos e estimativa de
400 mil fiéis, Valdomiro Santiago fará campanha para 65 candidatos nas
eleições proporcionais de diferentes partidos, como PSC, PP e PTB.
Embora tenha definido a tática de aumentar a representação da igreja no
Congresso, Santiago não divulgou ainda quem será seu candidato a
presidente e nem para governador. No Rio, já foi procurado por
Lindbergh, Pezão e Garotinho.
- O grupo da igreja já está trabalhando,
mas ainda é cedo para uma decisão – afirmou o deputado federal, pastor
Francisco Floriano, braço-direito de Valdomiro.
Floriano revela que, em agosto no ano passado, Lindbergh participou de um culto na sede da igreja em Jacarepaguá, na Zona Oeste:
- Oramos pelo senador. Ele foi lá para conhecer.
Professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer alerta:
- O eleitor evangélico segue mais as
orientações de seus bispos e pastores. Mais que os eleitores católicos.
Em alguns estados, com disputas acirradas, o voto evangélico pode fazer a
diferença. Em um segundo turno, decide uma eleição.
Fonte - inforGOSPEL
Um comentário:
Ninguém é obrigado a apoiar ninguém, o que não pode é ficar criticando o governo.
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