A maioria que compareceu ontem à sessão da Câmara Municipal de São
Francisco de Itabapoana saiu do local com uma sensação de que tudo
terminou em “pizza”, mas os vereadores garantem que tudo foi feito em
nome da legalidade. Assim, foi criada uma nova Comissão Processante (CP)
para investigar as denúncias contra o prefeito Beto Azevedo, que
reassume hoje a prefeitura, depois de ficar preso em Bangu 8 por cinco
dias, pela Polícia Federal, na Operação Renascer.
A composição da nova CP foi feita através de sorteio tendo,
respectivamente, Fabinho do Estaleiro como presidente e como relatora a
vereadora Adriana Coelho, que coincidentemente desempenhavam as mesmas
funções na CPI da Saúde, que apresentou relatório parcial que acabou por
incriminar o prefeito. O outro integrante da CP é o vereador Claudio
Luiz Henrique.
Fabinho do Estaleiro disse que embora a população aguardasse um outro
desfecho, com a cassação do prefeito, os vereadores não tinham outra
alternativa do que obedecer o que determina a lei. “Eu queria o
afastamento definitivo do prefeito, mas após consultarmos a assessoria
jurídica o que nos cabe neste momento é fazer tudo como manda a lei.
Nossa disposição é a de que após essas novas investigações o prefeito
será cassado de vez”, afirmou.
Segundo ainda Fabinho, a conclusão da Polícia Federal reforçou as
investigações da CPI e da nova Comissão Processante ontem instalada.
“Não são os vereadores, mas o delegado da Polícia Federal, doutor Paulo
Cassiano, quem disse que o prefeito comanda uma organização criminosa em
nosso município. O destino do município está nas mãos dos vereadores.
Acho que depois dessa conclusão e após esse escândalo que fez nossa
população se envergonhar, com o nome do município aparecendo na imprensa
de forma tão negativa, os vereadores sabem de sua responsabilidade”,
disse.
Além de Fabinho, usaram da tribuna ainda o presidente da Câmara,
Florentino Cerqueira, o Tininho, e mais os vereadores Jamilton
Marcelino, Renato de Buena e Sérgio Elias, que falou da necessidade de
aguardar a conclusão das investigações, antes de afastar o prefeito. “Eu
quero provas concretas”, disse o líder do governo, arrancando algumas
gargalhadas da platéia.
Antes de abrir as investigações com uma nova CP, foi lido na sessão
um relatório de uma outra Comissão Processante que acabou por ser
arquivada, sem nada apurar. A maioria dos seus integrantes pertencia à
bancada governista, que alegou falta de informações do Executivo e
ausência de qualificação das testemunhas por parte dos denunciantes.
A Comissão Processante tem 90 dias para concluir as investigações,
mas os vereadores acreditam que num prazo de 20 dias os trabalhos sejam
concluídos. O prefeito tem um prazo de 10 dias para a apresentação de
defesa prévia.
Populares por várias vezes se manifestaram de forma ruidosa obrigando
o presidente da Câmara a advertir e que poderia requisitar o
esvaziamento do local para continuar a sessão. Aos gritos de “Fora Beto”
e “Cassação Já”.
Manifestantes pintaram o rosto, usaram apito e faixas pedindo o afastamento do prefeito, que ainda tinha alguns poucos simpatizantes. Um forte esquema policial foi montado na Câmara durante a sessão.
Manifestantes pintaram o rosto, usaram apito e faixas pedindo o afastamento do prefeito, que ainda tinha alguns poucos simpatizantes. Um forte esquema policial foi montado na Câmara durante a sessão.
Além de Beto foram soltos o ex-secretário de Saúde do município,
Fabiano Córdova, o atual, Cristiano Salles e os donos da clínica Fênix, o
casal Fabel Silva e Juliana Meireles. Todos presos na ‘Operação
Renascer’. O rombo na Saúde foi de R$ 2,5 milhões, segundo a Polícia
Federal.
Fonte - O Diário
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