A embolia pulmonar depende de vários fatores, como falta de movimentação nas pernas e tabagismo
Foto: João Miguel Júnior/TV Globo / Divulgação
Foto: João Miguel Júnior/TV Globo / Divulgação
Depois de lutar contra um câncer no esôfago, no ano de 2011, passar por
uma cirurgia para a retirada do tumor e por exames que demonstraram a
cura da doença, o ator e diretor Marcos Paulo não resistiu a uma embolia
pulmonar e morreu neste domingo (11), aos 61 anos. Muitos são os
fatores que contribuem para este quadro, e por este motivo, apontar as
causas não é algo assim tão simples, de acordo com os profissionais
ouvidos pelo Terra.
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Tabagismo, histórico de câncer e muitas horas de voo, sem mexer as
pernas, são apenas alguns motivos que contribuem para a evolução dessa
condição. Isso porque a doença acontece, segundo explica Christina
Pinho, médica pneumologista do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de
Janeiro, a partir de formação de coágulos na perna ou na pélvis que
podem se soltar e comprometer as trocas gasosas que acontecem no pulmão.
“É como se esse coágulo ficasse estacionado, entupindo o vaso sanguíneo
do pulmão”, explica.
Elge Werneck Araújo Júnior, oncologista da Clinonco – Clínica de
Oncologia Médica, completa, explicando que a embolia é o entupimento de
algum vaso pulmonar, de um embolo proveniente de uma veia geralmente dos
membros inferiores. “Por algum motivo, aquele sangue que teria um fluxo
normal formou coágulos dentro do vaso, comprometendo a função
pulmonar”, completa.
Principais fatores de risco
No caso dos pacientes com câncer, o facilitador para o surgimento da embolia tem um nome complicado: “síndrome paraneoplásica”, que são as doenças relacionadas ao tumor. “Há a liberação de diferentes substâncias que facilitam o quadro de hipercoagulabilidade”, ressalta, acrescentando que alguns quimioterápicos também podem facilitar a formação de coágulos.
No caso dos pacientes com câncer, o facilitador para o surgimento da embolia tem um nome complicado: “síndrome paraneoplásica”, que são as doenças relacionadas ao tumor. “Há a liberação de diferentes substâncias que facilitam o quadro de hipercoagulabilidade”, ressalta, acrescentando que alguns quimioterápicos também podem facilitar a formação de coágulos.
A falta de movimentação é outro complicador, o que coloca as longas
viagens de avião na mira dos médicos, além do fato de que, no ar, a
pressão arterial também sofre consequências. Sendo assim, Marcos
combinou dois fatores de risco – histórico de câncer e muitas horas em
uma mesma posição, uma vez que viajou de Manaus, onde acompanhou o
Amazonas Film Festival, para o Rio de Janeiro, na manhã de domingo.
Christina explica que o fato de o sangue ficar parado, com pouco
movimento, contribui para a formação de coágulos. Por isso, é comum os
casos de embolia pulmonar após viagens muito longas, além dos casos de
pacientes que fizeram cirurgias na pelve ou nos membros inferiores; com
insuficiência cardíaca grave, ou qualquer condição em que permaneça por
um longo período em uma mesma posição, como as grávidas ao final da
gestação.
Pacientes idosos, que de um modo geral têm o fluxo sanguíneo mais
comprometido, também estão mais expostos, assim como os fumantes, que
têm mais chances de apresentarem alteração vascular. O uso de
anticoncepcional oral, que aumenta o risco de trombose profunda;
hipertensão, diabetes e predisposição para coagulopatia também são
fatores considerados.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
De acordo com Christina, os sinais de alerta para procurar ajuda médica são falta de ar e dor toráxica, que piora com a respiração profunda, além de tosse. Outros pontos de atenção, segundo informa Elge, são as dores ou endurecimento das pernas.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
De acordo com Christina, os sinais de alerta para procurar ajuda médica são falta de ar e dor toráxica, que piora com a respiração profunda, além de tosse. Outros pontos de atenção, segundo informa Elge, são as dores ou endurecimento das pernas.
O diagnóstico é difícil, segundo explica a pneumologista, pois o raio-X
pode estar normal em um primeiro momento. “Mas o diagnóstico é
geralmente feito pela suspeita dos sintomas, junto com a análise do
histórico do paciente”.
Feito um exame de sangue, o paciente será medicado com anticoagulantes,
na maioria dos casos. Nos quadros mais graves, o médico pode pedir um
exame de tomografia e, para o tratamento, receitar trombolíticos,
evoluindo raramente para a cirurgia.
Prevenção
Como se trata de uma doença multifatorial, a prevenção varia de acordo com cada causa. Mas, de modo geral, Elge cita a adoção de práticas saudáveis como exercícios físicos, o controle da pressão arterial, evitar a associação de anticoncepcional oral com tabagismo e, em situações específicas, como os pacientes acamados, acompanhamento médico para medidas preventivas.
Como se trata de uma doença multifatorial, a prevenção varia de acordo com cada causa. Mas, de modo geral, Elge cita a adoção de práticas saudáveis como exercícios físicos, o controle da pressão arterial, evitar a associação de anticoncepcional oral com tabagismo e, em situações específicas, como os pacientes acamados, acompanhamento médico para medidas preventivas.
Para quem vai fazer uma viagem de longa distância, o ideal é que seja
feita uma consulta médica para evitar problemas. “Baseado nos seus
riscos, ele poderá propor cuidados específicos para este momento”,
afirma.
O oncologista lembra, ainda, que a morte por embolia pulmonar é uma das
principais causas de óbito do paciente com câncer mas, de um modo
geral, é em grande parte das vezes passível de prevenção. “Com o
acompanhamento constante do oncologista, combinado a hábitos saudáveis e
ao reconhecimento dos sintomas de forma precoce, as chances de cura são
enormes”.
Fonte - Terra
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