sábado, 8 de dezembro de 2012

INFARTO: CONHEÇA OS SINTOMAS, CAUSAS, RISCOS E PREVENÇÃO

Fotos: Carlos Grevi
Doença mata cerca de três milhões de pessoas por ano no mundo
Doença mata cerca de três milhões de pessoas por ano no mundo
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Com a correria do dia-dia, muitas vezes, as pessoas esquecem os cuidados com saúde, se expondo a inúmeros riscos. Um deles é o infarto, que cada vez mais vem atingindo milhares de pessoas. Causada pela obstrução de uma artéria coronária, que recebe parte do sangue oxigenado que o ventrículo bombeia, caminhando por cima do miocárdio, alimentando-o, o infarto muitas vezes pode levar a morte.
De acordo com o cardiologista, João José Barros Júnior, nos últimos tempos cerca de 17 milhões de pessoas são vítimas de doenças cardiovasculares por ano no mundo, sendo que, o infarto agudo do miocárdio corresponde um quarto desses casos, ou seja, quase três milhões de pessoas morrem em decorrência da doença.
“A pessoa infarta a partir do momento em que sua artéria coronária é obstruída. A medida que se vai comendo muita gordura, ela vai se depositando no vaso, entupindo e obstruindo até que essa artéria se fecha e o indivíduo infarta. A gravidade vai depender de onde foi ocasionada a lesão.”
Nos dias de hoje, o paciente pode recorrer a outro exame que existe e substitui parcialmente o cateterismo, a angiotomografia de artérias coronárias, através do qual se consegue visualizar essas artérias, com o mínimo de riscos ao paciente.
Entre os principais fatores de risco que levam ao infarto agudo do miocárdio, estão sedentarismo, o estresse, tabagismo, colesterol alto, diabetes e obesidade.
“Se um paciente for obeso, fumante e ainda tem colesterol e açúcar altos, essa é a verdadeira bomba relógio, porque o nosso corpo precisa ter equilíbrio, você tem que colocar alguma coisa na balança para equilibrar”, disse João José, completando que quanto mais fatores de risco juntos, maior as chances de aparecimento da doença.
QUANTO MAIS JOVEM MAIS PERIGOSO


Apesar de quanto maior a idade, maior a chance de sofrer um infarto , principalmente entre os 40 e 60 anos, nenhuma pessoa está livre do risco, nem mesmo os jovens, nos quais a chance de sobrevivência é menor comparada as pessoas mais velhas.
“Se você tem um infarto de uma artéria importante do coração quando você é mais jovem, não deu tempo de formar vasos colaterais. O que acontece em relação ao jovem, é que isso vai acontecendo de maneira gradativa, não é de um dia para o outro. E no idoso, dá tempo, porque quando vai obstruindo, o corpo vai formando novos vasinhos. As neoformações vasculares vão acontecer com mais idade. Por isso, quando acontece em uma pessoa muito jovem, o infarto é pior, porque essas neoformações vasculares não ocorreram”, explica o cardiologista, ressaltando o porquê da importância da formação dessas neoformações. “A medida que acontece a obstrução crônica da coronária, permite-se que esses vasinhos comecem a aparecer. Com isso, quando você fecha o vaso todo, já existe um vasinho que vai dar um suporte de oxigênio. Eles ajudam onde fechou totalmente um vaso e funcionam como uma ponte para ajudar a chegar um pouco de sangue ao coração".
De acordo com o médico, há 60 anos em cada 10 casos de infarto, sete ocorriam em homens e a partir do momento em que as mulheres começaram a ocupar um espaço maior na sociedade, esse quadro foi se revertendo, e hoje, está quase nivelando, sendo seis homens para quatro mulheres.
 

CALOR X INFARTO


Para muitos que pensam que o aumento do calor, às vezes, pode contribuir e até mesmo ser um dos fatores propícios a causa da doença, o cardiologista esclarece: “O tempo não tem nenhuma influência direta, na ocorrência do infarto agudo. Se você pega um doente que já tem a lesão prévia, o frio é vaso constritor, ele diminui o diâmetro do vaso. O calor é vaso dilatador, por sua vez, aumenta o diâmetro do vaso. Então, para o doente que já é coronáriopata, ou seja, que já possui uma lesão, mas não chegou a infartar, teoricamente muito frio é pior do que o calor”, disse  João.
O tempo de atendimento é considerado primordial para que uma pessoa consiga sobreviver ao ataque cardíaco. Quanto mais precoce for o socorro, maiores as chances. O ideal é que a pessoa seja atendida no máximo nas primeiras 6 horas pós-infarto.
Além do risco de morte, uma das principais sequelas que o infarto pode acarretar em uma pessoa, é a insuficiência cardíaca.
“O pedaço do coração que infarta, perde vida, fica morto. Então, aquela área fica não-funcionante, dependendo da extensão do infarto, o paciente pode evoluir para a insuficiência cardíaca, porque o coração passa a não bombear direito. Se a pessoa tiver um infarto pequeno, terá uma qualidade de vida ótima. Por isso, que quanto mais rápido você atender melhor para esse paciente e menor vai ser a lesão no músculo. Quanto maior a lesão, piores serão as consequências e complicações”, concluiu o cardiologista.
 

SINTOMAS E PREVENÇÃO

Sintomas que podem aparentar sinal de aparecimento da doença:
- Dores no peito
- Sudorese (excesso de suor)
- Faltar de ar
- Palpitação
Existem alguns cuidados primários para não deixar que se forme uma placa de ateroma (gordura), nas artérias coronárias, permitindo o infarto:
- Deixar de fumar
- Corrigir a alimentação, diminuindo a ingestão de gordura
- Para quem é hipertenso, tratar e ficar atento
- Para pessoas que sofrem de diabetes, seguir uma dieta balanceada e tomar a medicação adequedamente
- Praticar atividades físicas pelo menos durante 30 minutos por dia
- Para pessoas que possuem colesterol alto, procurar tomar os remédios regularmente.
Priscilla Chiapin - Estagiária

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