A
exemplo do que ocorreu com Carlos Alberto Campista em Campos, Neco pode
assumir prefeitura e ser cassado nos primeiros meses de governo
O
município de São João da Barra (SJB) poderá ter uma nova eleição para
prefeito, caso a Justiça Eleitoral aceite as provas de compra de votos e
formação de quadrilha obtidas numa investigação da Polícia Federal
(PF). A acusação envolve a prefeita de SJB, Carla Machado (PMDB), o
candidato a prefeito eleito pela Coligação São João da Barra Não Pode
Parar, vereador Neco (PMDB), e seu vice, vereador Alexandre Rosa
(PMDB).
Segundo o delegado titular da Delegacia da PF, em Campos, Paulo Cassiano Júnior (foto ao lado),
responsável pelas investigações, as provas não deixam dúvidas de
formação de quadrilha e captação ilícita de sufrágio (compra de votos).
Em algumas gravações divulgadas pela PF é atribuída a Carla Machado
participação direta em uma negociação para que candidatos a vereador do
Partido da República (PR), partido do principal adversário de Neco nas
Eleições 2012, Betinho Dauaire (PR), candidato a prefeito de SJB,
desistissem de dispurar e apoiassem o peemedebista.
Relembre o caso
No dia 2 de outubro, a prefeita Carla Machado foi presa por agentes da PF depois de ter participado de um comício de Neco, na Praia de Grussaí, quando estava a caminho de uma pousada, na Praia de Atafona. Na mesma noite, Alexandre Rosa foi preso na localidade de Água Santa, no 5º distrito de SJB, na casa do candidato Neco.
No dia 2 de outubro, a prefeita Carla Machado foi presa por agentes da PF depois de ter participado de um comício de Neco, na Praia de Grussaí, quando estava a caminho de uma pousada, na Praia de Atafona. Na mesma noite, Alexandre Rosa foi preso na localidade de Água Santa, no 5º distrito de SJB, na casa do candidato Neco.
Carla e Alexandre pagaram fiança e foram liberados no dia .
Compra de apoio
A
motivação da prisão de Carla Machado e de Alexandre Rosa foi em
decorrência de várias gravações de áudio e vídeo, além de depoimentos.
Numa das gravações, a prefeita aparece oferecendo R$ 60 mil para que o
comerciante Rodrigo de Abreu Rocha, 33 anos, candidato a vereador de SJB
pelo PR, deixasse o grupo de Betinho Dauaire e passasse a apoiar a
candidatura de Neco. Alexandre Rosa também aparece na gravação durante
as negociações, que teriam sido iniciadas com o valor de R$ 80 mil.
Carla
Machado, Alexandre Rosa, Neco e mais três pessoas respondem pelo artigo
41 A, da Lei Nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 (captação ilícita de
sufrágio), que prevê pena de multa de mil Ufirs (R$ 2.275,20) a 50 mil
Ufirs (R$ 113.760,00) e cassação do registro ou do diploma, além do
artigo 288 do Código Penal (formação de quadrilha para o fim de cometer
crimes), punido com reclusão (prisão) de um a três anos.
Confira o que foi dito durante a entrevista do Delegado Paulo Cassiano:
O
Delegado da Polícia Federal em Campos, Paulo Cassiano, concedeu
entrevista coletiva na manhã dequarta-feira(3/10) e revelou os motivos
porque a prefeita Carla Machado e o vereador Alexandre Rosa foram
presos.
Inicialmente,
Cassiano esclareceu dois pontos. O primeiro foi sobre os motivos das
prisões. Ele confirmou o que havíamos anunciado: foi por acusação de
formação de quadrilha para compra de votos. E o segundo ponto sobre os
motivos porque a ação foi realizada quatro dias antes da eleição.
O
que disse Paulo Cassiano sobre as prisões quatro dias antes das
eleições – “O crime de quadrilha é um crime permanente. Enquanto dura a
permanência, é possível prender em flagrante. Integrantes de uma
quadrilha podem ser presos a qualquer momento. É possível prender pela
manhã, a tarde , a noite ou de madrugada, independente da legislação
eleitoral.
A
Legislação Eleitoral restringe a prisão cautelar de qualquer pessoa ou
candidato cinco dias antes da eleição, mas ela excetua as prisão em
flagrante. Até quando e a pessoa estiver apertando o dedo de confirma, é
possível prendê-la”, declarou Cassiano.
Como atuava a quadrilha, segundo o Delegado -
“Temos investigado a atuação da quadrilha nas últimas semanas. O
propósito final da quadrilha é manipular o resultado das eleições ,
comprando o apoio político de candidatos da oposição. A organização
aliciava e tentava cooptar candidatos da oposição, mediante a promessa
de vantagens econômica ou benefícios na futura admintração municipal.
Essas propostas são feitas para que os mesmos desistam de concorrer as
eleições”. Ela era a chefe da quadrilha”, disse o Delegado.
Delegado
revela o que movia Carla Machado para que comprasse candidatos da
oposição – “Durante as investigações, ficou claro para nós que a
Prefeita tem tranquilidade na vitória da eleição para prefeito, mas ela
detesta a idéia de ter opositores na Câmara. Essa idéia consome a
Prefeita. Em virtude disso, ela quer eliminar ao máximo toda a oposição
que ela possa ter ou o grupo político dela possa ter na próxima
legislatura.
Então,
a estratégia é a seguinte: angariar mediante a esses artifícios o apoio
político desses candidatos de oposição, a fim de que eles desistam
oficialmente de suas candidaturas e declarem apoio público a candidatos
dela. E, desta forma, a senhora Prefeita torna mais difícil para que os
candidatos que persistem na disputa por parte da oposição, sejam
eleitos”, afirmou
Delegado
revela que há indícios de que três candidatos tenham sido cooptados por
Carla Machado. Segundo Paulo Cassiano, os candidatos a vereador Dino
Dicalu , Silvano de Grussaí e Alex Valentim, que integravam o grupo de
oposição a Prefeita, estranhamente abandonaram o seu direito de
concorrer e passaram a declarar apoio a Neco.
“É
difícil entender como um candidato que se esmera em inscrever-se numa
agremiação política, investe tempo e dinheiro em uma campanha, a poucas
semanas do pleito simplesmente joga tudo pra cima e derepente aquele que
é adversário, se torna aliado, declarou o Delegado.
O
Delegado revelou que Carla e Alexandre não eram os únicos integrantes
da quadrilha. Ele afirma que há também elementos contra o candidato a
prefeito Neco e mais três moradores de SJB – “Não eram os únicos
integrantes. Temos também elementos contra o candidato a prefeito Neco.
Pretendíamos prender cinco, mas como não era possível do ponto de vista
operacional tê-los todos em nossa mira simultaneamente, resolvemos
concentrar esforços naqueles que para nós eram os principais alvos”,
afirmou.
Provas contra Carla, Neco, Rosa e mais três -
O
Delegado finalizou dizendo que a Prefeita Carla Machado, o candidato a
prefeito Neco(PMDB) e o candidato a vice Alexandre Rosa serão indiciados
no inquérito como membros da quadrilha, já que há provas suficientes
contras eles. “Há muitas provas, inclusive de áudio e vídeo. Numa delas,
a prefeita diz que um determinado candidato está muito caro”, disse o
Delegado, que ainda citou mais três nomes que integrariam a quadrilha e
que podem ser presos. São eles: Elízio Motos, Renato Timóteo e Alex
Firme.
Fonte - 24 horas
Um comentário:
Só no município de Campos dos Goitacazes é que a P.F. não consegue apurar nada, tudo continua como antes.
Eta criancinhas privilegiadas... .
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