Fotos: Leonardo Berenger
Seminário na Universidade Rural discute o término gradativo da prática
A atividade açucareira é uma
prática antiga e foi uma das economias pioneiras para o crescimento de
Campos. Sua plantação era destinada primeiramente para alimentar o gado
na região e a tecnologia da transformação da cana em açúcar, já era
dominada pelos portugueses, antes de se instalar no município. Seu
cultivo voltado para a produção de açúcar, só teve início quando a
pecuária, até então a primeira riqueza econômica, entrou em declínio.
Durante muito tempo a economia canavieira dominou o setor, até iniciar
uma queda na primeira metade do século XX, devido a causas como a
competição com o mercado externo e falta de maquinário especializado e
de alta tecnologia nas indústrias. Assim, muitas usinas fecharam e a
produção foi amplamente prejudicada.
Entre altos e baixos, a prática da queima para a produção do açúcar, diverge opiniões sobre os danos causados no meio ambiente e na vida de toda a população. Devido às conseqüências ocasionadas pela atividade, a lei estadual nº 5990, sancionada em 20 de julho de 2011, determina o fim das queimadas até o ano de 2014.
De acordo com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana (Asflucan), Eduardo Crespo, a lei era o que faltava para se ter uma base nos objetivos traçados para extinguir a prática, mas o processo é feito de forma gradativa.
“Nós precisamos parar de queimar. Temos metas a alcançar a cada ano e acredito que estamos dentro dessas metas. Cada produtor rural antes de realizar a queima, deve estar cadastrado e ter autorização do Inea”, disse.
Em entrevista ao Site Ururau, o presidente ressaltou uma parceria que foi feita com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e uma estrutura de cadastramento que foi montada para atender aos produtores, com o objetivo de unir forças e ter uma visualização de todos os canaviais, não só do município de Campos, mas de toda região canavieira e mostrar a redução.
“A moagem da cana teve início desde a semana passada e se estende aproximadamente até o mês de novembro. As usinas não poderão mais receber cana de nenhuma lavoura que tenha passado por queima e que não possua o cadastro no Inea. Nesta quarta-feira, será realizado um grande seminário para mostrar toda essa organização e as nossas metas que devem ser apresentadas ainda esse ano. Os produtores que realizarem a queima da cana e não estiveram cadastrados corretamente, estarão sujeitos a receberem uma notificação num primeiro momento, podendo até mesmo serem multados depois”, afirmou.
Para a historiadora, Sylvia Paes, a mão-de-obra prefere realizar o trabalho por meio da queima pela facilidade que esta proporciona, mas por outro lado, os danos que são causados são inúmeros. A troca pela mecanização será um processo de perdas, mas ao mesmo tempo de ganhos.
“Todo processo num primeiro momento pode vir a gerar desemprego. Mas precisamos pegar nossa mão-de-obra, qualificá-la e capacitá-la para atender um novo mercado cheio de transformações”, avaliou.
A expectativa para a colheita este ano é de aproximadamente dois milhões de toneladas, mantendo o índice do ano passado. Os produtores que possuem mais de 100 hectares precisam encurtar esse processo cada vez mais a cada ano. Já para as lavouras com áreas menores, a redução é dificultada pela falta de mecanização especializada no país.
“Se não encontrarmos meios de colher a cana em áreas menores dentro das exigências da lei, essas áreas terão de deixar de plantar cana. No mês de julho o município receberá uma máquina para testes da China, que será apresentada na Exposição Agropecuária, desenvolvida para colher cana em pequenas áreas”, revelou o presidente da Asflucan.
A região é formada por nove mil fornecedores de cana, mas até o momento apenas dois mil se cadastraram.
“É preciso estarmos atentos para as mudanças e nos adaptarmos a elas. A não queima gera ganhos para o meio ambiente e principalmente para a saúde dos adultos e crianças que sofrem de problemas respiratórios, sem contar que os resíduos espalhados pelas queimadas não prejudicariam tanto a cidade”, frisou.
SEMINÁRIO SOBRE O FIM DA QUEIMA
A lei estadual (5990/11) que estabelece prazo para o fim da prática da queima da palha da cana será o tema principal de seminário que será realizado nesta quarta-feira (30/05), no auditório da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Donana. A iniciativa é da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado, da Secretaria de Estado do Ambiente e do INEA, tendo como parceiras as instituições que reúnem produtores rurais, plantadores e industriais de açúcar e álcool da região.
Os secretários estaduais do Ambiente, Carlos Minc, da Agricultura, Christino Áureo e a presidente do Inea, Marilene Ramos, estarão no evento, que deve reunir 300 pessoas, entre fornecedores de cana, prestadores de serviços e técnicos da área industrial, além de instrutores da UFRRJ.
O Seminário tem por principal objetivo conscientizar e preparar tecnicamente o setor para o cumprimento da lei. O texto legal fixa uma gradativa erradicação da queima e, por via de consequência, o encerramento do corte manual, até a completa substituição do método pela mecanização, mediante o uso de colheitadeiras adequadas às diferentes topografias da região produtora.
O evento, marcado para as 13h30, está estruturado em palestras que não apenas tratarão das exigências legais, como também informarão sobre o sistema de controle e cadastramento das propriedades, critérios para a autorização da queima pelo órgão ambiental do estado e sobre a mecanização propriamente dita. Este último tema será abordado por técnico de São Paulo, da UDOP, Dr. Luiz Carlos Dalben, focando diferentes aspectos agronômicos, como as modificações no sistema de plantio, as variedades mais adequadas e informações sobre as colheitadeiras, comparando-se a tecnologia atual com a perspectiva de novos métodos.
Fonte - Ururau
Entre altos e baixos, a prática da queima para a produção do açúcar, diverge opiniões sobre os danos causados no meio ambiente e na vida de toda a população. Devido às conseqüências ocasionadas pela atividade, a lei estadual nº 5990, sancionada em 20 de julho de 2011, determina o fim das queimadas até o ano de 2014.
De acordo com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana (Asflucan), Eduardo Crespo, a lei era o que faltava para se ter uma base nos objetivos traçados para extinguir a prática, mas o processo é feito de forma gradativa.
“Nós precisamos parar de queimar. Temos metas a alcançar a cada ano e acredito que estamos dentro dessas metas. Cada produtor rural antes de realizar a queima, deve estar cadastrado e ter autorização do Inea”, disse.
Em entrevista ao Site Ururau, o presidente ressaltou uma parceria que foi feita com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e uma estrutura de cadastramento que foi montada para atender aos produtores, com o objetivo de unir forças e ter uma visualização de todos os canaviais, não só do município de Campos, mas de toda região canavieira e mostrar a redução.
“A moagem da cana teve início desde a semana passada e se estende aproximadamente até o mês de novembro. As usinas não poderão mais receber cana de nenhuma lavoura que tenha passado por queima e que não possua o cadastro no Inea. Nesta quarta-feira, será realizado um grande seminário para mostrar toda essa organização e as nossas metas que devem ser apresentadas ainda esse ano. Os produtores que realizarem a queima da cana e não estiveram cadastrados corretamente, estarão sujeitos a receberem uma notificação num primeiro momento, podendo até mesmo serem multados depois”, afirmou.
Para a historiadora, Sylvia Paes, a mão-de-obra prefere realizar o trabalho por meio da queima pela facilidade que esta proporciona, mas por outro lado, os danos que são causados são inúmeros. A troca pela mecanização será um processo de perdas, mas ao mesmo tempo de ganhos.
“Todo processo num primeiro momento pode vir a gerar desemprego. Mas precisamos pegar nossa mão-de-obra, qualificá-la e capacitá-la para atender um novo mercado cheio de transformações”, avaliou.
A expectativa para a colheita este ano é de aproximadamente dois milhões de toneladas, mantendo o índice do ano passado. Os produtores que possuem mais de 100 hectares precisam encurtar esse processo cada vez mais a cada ano. Já para as lavouras com áreas menores, a redução é dificultada pela falta de mecanização especializada no país.
“Se não encontrarmos meios de colher a cana em áreas menores dentro das exigências da lei, essas áreas terão de deixar de plantar cana. No mês de julho o município receberá uma máquina para testes da China, que será apresentada na Exposição Agropecuária, desenvolvida para colher cana em pequenas áreas”, revelou o presidente da Asflucan.
A região é formada por nove mil fornecedores de cana, mas até o momento apenas dois mil se cadastraram.
“É preciso estarmos atentos para as mudanças e nos adaptarmos a elas. A não queima gera ganhos para o meio ambiente e principalmente para a saúde dos adultos e crianças que sofrem de problemas respiratórios, sem contar que os resíduos espalhados pelas queimadas não prejudicariam tanto a cidade”, frisou.
SEMINÁRIO SOBRE O FIM DA QUEIMA
A lei estadual (5990/11) que estabelece prazo para o fim da prática da queima da palha da cana será o tema principal de seminário que será realizado nesta quarta-feira (30/05), no auditório da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Donana. A iniciativa é da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado, da Secretaria de Estado do Ambiente e do INEA, tendo como parceiras as instituições que reúnem produtores rurais, plantadores e industriais de açúcar e álcool da região.
Os secretários estaduais do Ambiente, Carlos Minc, da Agricultura, Christino Áureo e a presidente do Inea, Marilene Ramos, estarão no evento, que deve reunir 300 pessoas, entre fornecedores de cana, prestadores de serviços e técnicos da área industrial, além de instrutores da UFRRJ.
O Seminário tem por principal objetivo conscientizar e preparar tecnicamente o setor para o cumprimento da lei. O texto legal fixa uma gradativa erradicação da queima e, por via de consequência, o encerramento do corte manual, até a completa substituição do método pela mecanização, mediante o uso de colheitadeiras adequadas às diferentes topografias da região produtora.
O evento, marcado para as 13h30, está estruturado em palestras que não apenas tratarão das exigências legais, como também informarão sobre o sistema de controle e cadastramento das propriedades, critérios para a autorização da queima pelo órgão ambiental do estado e sobre a mecanização propriamente dita. Este último tema será abordado por técnico de São Paulo, da UDOP, Dr. Luiz Carlos Dalben, focando diferentes aspectos agronômicos, como as modificações no sistema de plantio, as variedades mais adequadas e informações sobre as colheitadeiras, comparando-se a tecnologia atual com a perspectiva de novos métodos.
Fonte - Ururau
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