Eleições: TRE de olho na internet
Fonte OAB - Niterói
Este ano serão realizadas eleições
municipais em todo o Brasil e os candidatos deverão usar para fazer
propaganda, desde o “santinho” até tecnologias sofisticadas como a
internet para chegar aos eleitores. Segundo o presidente do TRE-RJ,
desembargador Luiz Zveiter, não há restrições para o uso de redes
sociais como Orkut, Facebook e Twitter.
— De acordo com a Lei nº 9.504/97,
art. 57-B, inciso IV, (veja o quadro abaixo) a propaganda eleitoral
pode ser feita em blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e
assemelhadas. Porém, a lei eleitoral exige o registro dos sites dos
candidatos, dos partidos e das coligações, não exigindo o registro dos
perfis dos candidatos — afirma Zveiter.
O desembargador acrescenta que a
Lei nº 9.504/97 regula o uso dessas ferramentas e que os usuários que
repassarem mensagens que violem a lei eleitoral serão penalizados.
Ainda, o artigo 57-H da lei diz que está sujeito à multa variável, de R$
5 mil a R$ 30 mil, quem fizer propaganda eleitoral na internet
atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro. A campanha eleitoral
feita através das redes sociais deve respeitar as mesmas regras
destinadas a outros meios de propaganda.
— Vamos criar um disque denúncia
eleitoral para as eleições municipais que ocorrerão este ano. Esse
disque denúncia, a exemplo do que já existe vinculado aos órgãos de
segurança pública, garantirá o sigilo da identidade do denunciante. Além
disso, estamos padronizando a fiscalização da propaganda para o Estado
inteiro. Também estão sendo montadas forças tarefas de fiscalização e a
população está sendo convocada para ajudar o Tribunal através de
denúncia. O TRE-RJ está trabalhando através da fiscalização permanente,
criada em 2011, com o objetivo de coibir abusos na autopromoção de
políticos. Até o final do ano passado essa era uma fiscalização mais
orientadora e preventiva, no entanto, como já foi iniciado o período
eleitoral, a fiscalização passa a ser punitiva. Além disso, para que o
processo eleitoral seja tranquilo, vamos aumentar o número de fiscais
nas ruas. Já com relação à boca de urna, que foi um problema recorrente
nas eleições anteriores, o embate será efetivo e quem for pego será
punido com prisão — adverte.
Delegado diz que internet é mais rápida que fiscalização
Para o delegado José Mariano de Araújo Filho, especialista em crimes pela internet, os meios para se investigarem abusos praticados pela rede mundial de computadores ainda são muito frágeis e não permitem uma fiscalização eficaz.
Em seu blog “Cyber Crimes” (leia
em <bit.ly/bEB65d>), o policial afirma que, em processos
extremamente voláteis e rápidos como os utilizados para a propagação de
informações de campanhas políticas, somente o uso de ferramentas
adequadas para investigação poderia contrabalançar o uso inapropriado da
internet numa eleição, situação que ainda não ocorre em nosso país,
onde os órgãos de investigação e de aplicação da Justiça não conseguem
se movimentar na velocidade que se espera dos mesmos.”
— Se um internauta resolvesse
postar informações inverídicas através do Twitter, e fosse necessária
uma rápida intervenção para exclui-las evitando sérios prejuízos a
candidatos, como seria feito isto se não existem representantes da
empresa responsável por aquele site no país? Aguardar-se-ia a expedição
de uma Carta Rogatória, cujo processamento levaria muitos meses e o
prejuízo para uma candidatura atingida seria imenso — conclui o
delegado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário