sábado, 24 de março de 2012

AINDA SOBRE A CPI DA SAÚDE DE SFI.


CPI DA SAÚDE DIZ QUE ROMBO EM SFI ATINGE R$ 3.500.000,00 - TRÊS MILHÕES E MEIO DE REAIS!!!


Paulo Renato Pinto Porto

O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de fraudes e malversação de verbas na Prefeitura de São Francisco de Itabapoana concluiu que o rombo na Saúde do município chega a R$ 3,5 milhões. Ontem, durante uma coletiva, os vereadores que apuram as irregularidades apresentaram à imprensa o relatório parcial da CPI que será encaminhado ao Tribunal de Justiça (TJ-RJ), Ministério Público (MP), Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal.



A Clínica Fênix, o principal pivô da crise, em um mês, apresentou fatura de 35 mil exames laboratoriais para a prefeitura pagar, num município de 40 mil habitantes. Os vereadores acusam o proprietário da clínica, Fabel Santos Silva, de “mandar” na Secretaria Municipal de Saúde com a conivência do prefeito Beto Azevedo (PMDB), numa clara mistura entre público e privado.



O presidente da CPI, vereador Fábio Neves (PSDB), o Fabinho do Estaleiro, disse que o relatório é apenas parcial. “As provas, através de depoimentos colhidos e da documentação que reunimos, são suficientes para complicar a situação do prefeito. Mas a CPI ainda precisa colher outras informações, já que não tivemos acesso a outros documentos”, explicou. O relatório final deve ser apresentado dentro de 30 dias.

Segundo Fabinho, o rombo na Saúde do município pode ser ainda maior, já que CPI irá à Justiça na segunda-feira para ter acesso aos documentos sonegados pelo Executivo. Os vereadores querem informações sobre o número de funcionários e salários da Secretaria de Saúde, bem como o extrato das contas do Fundo Municipal de Saúde. “Precisamos saber se há super salários ou funcionários fantasmas, como tem sido denunciado, quem são eles e quais os valores pagos ou se eles (funcionários) têm vinculação com a Clínica Fênix”, declarou ainda Fabinho.

Os recursos disponibilizados para a Saúde são desproporcionais aos péssimos serviços prestados à população. No ano passado, a verba da secretaria foi de R$ 13 milhões, mas o orçamento da pasta estourou antes do meio do ano, o que levou o prefeito Beto Azevedo (PMDB) a pedir autorização à Câmara para remanejar mais R$ 6 milhões, perfazendo um total de R$ 19 milhões.

Em que pese a disponibilidade de recursos, as mazelas da Saúde se aprofundaram em 2011/12, com o aumento do volume de reclamações da população quanto à qualidade dos serviços, falta de medicamentos e salários em atraso.

Fabinho esclareceu que a CPI tem limitações. “A CPI não tem como cassar o prefeito, o que só pode ser feito através de uma Comissão Processante, que irei propor. Por mim, essa Comissão seria logo instalada para a cassação do prefeito, mas depende dos outros vereadores. Não posso falar por eles”, afirmou.

A vereadora Adriana Coelho (PSD), relatora da CPI, afirmou ter recebido muitas pressões e até ameaças. “Soube através de comentários de rua de que essa ou aquela pessoa teria mandado recado para que a CPI não continuasse, tendo em vista que a cada legislatura morre um vereador. Mas cumprimos nosso dever. O Executivo tem que saber que estamos aqui para fazer o nosso papel, que é o de fiscalizar suas contas”, observou.

O presidente da Associação dos Moradores de Santa Clara e integrante do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Lúcio Ferreira, que fez as denúncias que gerou a CPI, elogiou o trabalho dos vereadores. “Estamos de alma lavada porque vocês cumpriram com o dever. É duro ver o dinheiro da Saúde sendo desperdiçado enquanto idosos de 80 anos estão dormindo nas filas e pessoas com as pernas inchadas vivem a mendigar um exame”, disse.

Além de Fabinho e Adriana, integram ainda a CPI os vereadores Renato de Buena (PP), que é vice-presidente), além dos membros Jarédio Barreto de Azevedo (PSDC) e Jamilton Chaô (PSB) são membros.

Beto diz que “nada tem a temer”

Em nota oficial, o prefeito diz que “nada tem a temer sobre a CPI e não considera que a Comissão tenha produzido ou obtido qualquer prova que possa condená-lo judicialmente”. Afirma ainda “que todo esse resultado pode ser apreciado pela Câmara e pela própria Justiça, de modo que todos os poderes constituídos cumpram com suas responsabilidades de forma isenta e independente”

A situação crítica no município se agrava. A concessionária Ampla decidiu suspender o fornecimento de energia elétrica de vários setores da prefeitura devido a uma dívida de R$ 6,6 milhões. Diante de uma série de suspeitas numa licitação milionária que contemplou seu ex-namorado, a secretária municipal de Educação, Yara Cinthia Nogueira, foi convidada pela Câmara a fim de dar explicações na sessão da próxima terça-feira.


FONTE: JORNAL O DIÁRIO
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